Resumo: Mais um indicador mostrou inflação em alta para setembro. A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usado para reajustar aluguel, quase dobrou de agosto para setembro, ao saltar de 0,22% para 0,43%. Impulsionado pelo minério de ferro e alimentos mais caros, a primeira prévia de setembro antecipa inflação mais pressionada até o final do ano. |
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Alimentos em alta devem puxar para cima preços atacadistas e varejistas em setembro, na avaliação do analista da Link Investimentos, Thiago Carlos. Por sua vez, especialistas da consultoria Tendências, Silvio Campos Neto e Bruno Brito, alertaram que a prévia de setembro sinaliza altas preocupantes nos próximos meses.
Para 2011, a projeção da consultoria é de 6,2% para o IGP-M; e 6,6% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acima do teto da meta inflacionária (6,5%). Enquanto o IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IPCA é elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e usado como referência para a meta. Em 2010, o IGP-M fechou em 11,32%; e o IPCA, em 5,91%.
Na primeira prévia, os sinais de inflação em alta são perceptíveis tanto no atacado quanto no varejo. Responsável por sucessivos repasses para o consumidor, a inflação atacadista avançou de agosto para setembro, e saltou de 0,28% para 0,49% entre a primeira prévia de agosto para igual prévia em setembro. O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, explicou que o preço do minério de ferro, atrelado às flutuações do dólar, subiu devido à recente desvalorização cambial. Houve ainda avanço de preços no setor agropecuário (de 0,80% para 0,86%).
Nem todos os sinais foram negativos para o combate à inflação na primeira prévia de setembro. O indicador mostrou tendência mais comportada nos preços das commodities este ano, em relação ao ano passado. Tanto que as variações de preços das matérias-primas brutas agropecuárias, com extensa cadeia de derivados no setor varejista, desaceleraram de agosto para setembro no atacado (de 1,24% para 0,88%).
"Mas não há, no momento, movimentos generalizados de aumentos ou de quedas de preços entre as commodities. Podemos encontrar exemplos subindo, como a soja (4,09%); ou em queda, como milho em grão (-2,07%)", afirmou. Nos últimos meses de 2010, uma onda de elevações de preços em commodities puxaram as taxas dos IGPs para resultados acima de 1%. "Isso não deve ocorrer este ano", afirmou Quadros.
Porém, já houve repasses para o varejo do avanço da inflação agropecuária atacadista referente a agosto. Isso é perceptível na deflação dos preços dos alimentos junto ao consumidor (de -0,25% para 0,60%) no mês. |