Os Revendedores de cimento tentam comprar de países vizinhos o produto que já está escasso no Estado. O governo prometeu facilitar as importações, diminuindo a alíquota de ICMS. Os exemplos não faltam na Capital. Uma construção só não parou porque a construtora fechou contrato com uma fornecedora de Minas Gerais. O responsável pela obra, Cláudio Prata, afirmou que o preço do cimento encareceu o produto. "Encareceu o nosso custo. Não estava esperando, mas por força de contrato nós temos que manter a produção em dia para não atrasar a entrega da obra para o cliente", disse.

Mas essa situação é uma exceção na região. Nas lojas de material de construção, nem o cimento vindo de outros Estados chega. Em uma das lojas visitadas pela equipe de reportagem da TV Centro América, a falta do produto já causou queda de 20% no faturamento. A resposta para quem telefona é sempre a mesma: venda racionada. "Só posso vender cinco bolsas", disse a vendedora.

O problema da falta de cimento em Mato Grosso reflete um descompasso: a produção no Estado não acompanhou o crescimento do consumo, alavancado pela construção de grandes agroindústrias. Com o estoque baixo nas lojas o produto chega a custar 50% a mais.Os varejistas suspeitam que a indústria do cimento está freando a produção para provocar o aumento dos preços.

Sem perspectiva de normalização do abastecimento a curto prazo, os comerciantes de material de construção já se mobilizam para importar cimento de países vizinhos.

O setor já está negociando com empresas do Paraguai, Peru e Bolívia. Os produtos chegariam a Mato Grosso pelo porto seco de Cuiabá. A Secretaria Estadual da Fazenda anunciou que vai baixar a alíquota do ICMS de 17 para 10%, para o cimento importado.

O assessor de Pesquisa Econômica e Aplicada da Secretaria de Estado de Fazenda, Jonil de Souza, afirma que a secretaria funcionará como ponte entre os representantes do segmento de cimento e o Porto Seco. "A secretaria já colocou em contato direto os representantes do segmento de cimento junto com o Porto Seco. Nós entraremos na simplificação dos processos de importação tentando agilizar o mais rápido possível", disse o assessor.