Tijolo aqui, cimento ali. A construção civil parece resistir às turbulências na economia, por enquanto. Mas o setor ainda tem um desafio: encontrar mão-de-obra capacitada.
No canteiro de obras, o ritmo de trabalho está mais acelerado. Um condomínio de Fortaleza deve estar pronto em sete meses. Para cumprir o prazo foi difícil encontrar mão-de-obra.
“Está difícil, principalmente gente especializada, como carpinteiro, pedreiro, eletricista”, diz o construtor André Montenegro.
José Valmir aproveitou a oportunidade e foi até promovido para mestre-de-obras. O salário dobrou. Só este ano foram criados no estado 8,3 mil empregos formais na construção civil – três vezes mais que no ano passado.
A falta de mão-de-obra levou as empresas a contratarem profissionais dos concorrentes.
“Há pouco, outro mestre me convidou, ofereceu um salário de R$ 1 mil e eu recusei”, conta o carpinteiro Cicero Lima.
A falta de profissionais especializados deixa poucas alternativas para o setor. Uma delas é investir na formação de mão-de-obra. Em Fortaleza (CE), as empresas oferecem cursos de graça para quem quer entrar na construção civil. Em uma turma de aprendizes de pintor, quase todos estão empregados.
“Por que uma mulher não pode ser mestre-de-obras?”, pergunta a aprendiz Érica Barbosa.
Com 18 anos, Jackson tem pressa de aprender uma profissão. Ele quer aproveitar a oferta de emprego para assinar a carteira de trabalho pela primeira vez.
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